Confira a entrevista com Celsinho Vinicius, o líder da Academia Ryan Gracie de São Paulo
Por muitos considerado o melhor competidor peso-leve do meio dos anos 2000, Celso Vinicius, também conhecido como Celsinho Vinicius recebeu a faixa preta do o lendário Roberto "Gordo". Originalmente Celsinho treinava na Gracie Barra, e se tornou o líder da Academia Ryan Gracie em São Paulo depois da trágica morte de Ryan em 2007. Celsinho também competiu no MMA nos anos 2010.
Confira agora a entrevista com o lutador, que vem vencendo atletas de destaque da nova geração e demostrando sempre um bom jiu-jitsu em suas apresentações.
Dojjo: Como foi seu começo na luta?
No início, minha mãe não queria muito que eu fizesse jiu-jítsu porque ela achava que eu ia brigar na rua. Nessa época eu morava na Barra, de onde estavam despontando vários atletas, quando um amigo me convidou para treinar e minha mãe acabou liberando. Assim, tudo começou.
Dojjo: Você tem lutado grandes eventos mostrando um jiu-jítsu muito eficiente. Qual é o segredo?
Eu treino muito com a garotada e gosto muito desse jogo de movimentação. Eu estou com 33 anos e é claro que depois de vinte anos de jiu-jítsu, eu uso a experiência a meu favor. Mas estou me sentindo muito bem. Eu procuro encontrar uma posição boa, tento travar o adversário, dar aquela respirada, para continuar em frente, porque não tenho mais aquela explosão toda, de fazer seis lutas no mesmo dia como fazia antigamente.
Dojjo: existe algo que te atrapalha?
As lesões. Depois de vinte anos treinando, as lesões incomodam. Mas me sinto um garoto. Gosto do jogo de estratégia.
Dojjo: Qual é o melhor jiu-jítsu: old school ou o moderno?
Eu acredito que não existe o melhor e sim a evolução. Gosto do jiu-jítsu pressão, amasso, mas gosto do jiu-jítsu moderno. Eu não gosto do tipo de jogo amarrado. Isto, eu sou contra, aquele que trava a luta.
Dojjo: Qual é o segredo para vencer um oponente mais jovem, que geralmente apresenta um jiu-jítsu de muita movimentação?
Eu acho que a experiência, os treinos e essa mistura do antigo com o moderno acabam fazendo uma combinação eficiente. Eu acredito no jiu-jítsu de resultado. E eu também sempre fui muito competitivo.
Dojjo: Fale sobre alguma lembrança do Ryan Gracie
O Ryan deixou um legado de peso, que são seus atletas e seu filho. Eu entrei para a academia dele através do Gordo, que era como um irmão para ele. Eu mesmo não tive tanto contato com o Ryan, apesar de ter sido muito bem recebido por ele. Mas hoje em dia treino com ex-alunos dele. Em relação às lembranças, tenho recordações das lutas dele, como no Pride, por exemplo.
Dojjo: Quem é o melhor lutador da atualidade?
É difícil não falar no Buchecha. Nos últimos seis mundiais, ele ganhou cinco, no peso absoluto, sendo que em uma luta, ele se machucou. Tem também o Roger Gracie, que talvez seja o melhor da história. Eu já treinei muito com ele e posso garantir que ele é realmente sinistro. Existem vários muito bons e é difícil citar apenas um. O certo seria falar de peso a peso.
Dojjo: Você tem interesse em lutar o Confere?
Seria um prazer, sem dúvida nenhuma. Adoro o estilo do Confere (Old School), sem nenhuma plateia. É só marcar para a gente conversar.